Três momentos de mais uma tentativa de retorno à academia
Oito e meia da manhã, eu de boa fazendo exercícios de braço, aí chegou uma professora com uma aluna pra usar o mesmo aparelho. Perguntei se queriam revezar, ele falou que não precisava, foram para o aparelho ao lado. No aparelho ao lado estava um cara fortão e esse cara comentou com a professora, de maneira bem audível, “é foda esse horário porque tá cheio de frango aqui”. Aí o cara fortão foi embora, a professora virou pra mim, pediu desculpas pelo fortão ter me chamado de frango. E eu me senti mais ofendido por ela ter se desculpado do que pelo cara ter falado o negócio do frango, porque assim ela me roubou a possibilidade de ao menos fingir pra mim mesmo que eu não era o frango.
O cara que chegou perto do aparelho quando eu estava na pausa, aí eu perguntei se ele queria revezar, ele falou que não, que não ia fazer esse aparelho. Porém ele continuou ali na minha frente durante a minha pausa. E durante a segunda série de exercícios. E durante a segunda pausa. E durante a terceira série de exercícios. Eram 12 repetições cada série. Não foi confortável.
O meu segundo dia de academia em que perguntei pra uma senhora onde ficava o aparelho número 32, aí uma moça ouviu, me apontou um aparelho. Neste aparelho estava escrito 30. Aí eu falei “acho que não é esse”, aí ela falou “é esse aí sim, malho aqui todo dia”. Aí eu respondi “mas tá marcado 30”, aí ela falou “marcaram errado essa merda, pode fazer aí” e eu comecei a fazer os exercícios do 32 no aparelho 30, pra não discordar da menina. Imediatamente uma professora chegou, me viu todo desajeitado e perguntou “você está no aparelho certo?” e eu falei “eu deveria estar no 32” e ela falou “mas esse é o 30” e eu respondi “eu sei”. Ela ficou me encarando por alguns segundos. Fui para o aparelho 32.