Três trechos de contos eróticos que acabei abandonando porque achei que a trama não estava ficando muito sensual

Shoegayzer
3 min readJun 25, 2019

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#1

Com os olhos fechados, Ana se isolava do mundo, se concentrando apenas nas sensações. O aperto firme das mãos dele nas suas, a sensação de calor, o contato elétrico que subia através do seu corpo, as gotas de suor que escorriam através de sua barriga, tudo isso fazendo pano de fundo para a sensação principal que era o prazer daquele momento. A maneira firme e segura com que ele a penetrava, entrando e saindo de maneira cada vez mais acelerada e viril, fazendo com que ela sentisse ondas de prazer que nunca havia experimentado antes, eram o bastante para que ela se sentisse praticamente em órbita. Os beijos rápidos, intercalados com mordidas, a respiração acelerada, o jeito como ele deslizava dentro dela, o toque macio das coxas, numa fricção cada vez mais rápida, mas ainda assim perfeitamente ritmada. Sem ver nada, ela podia apenas sentir o movimento dos corpos e ouvir as palavras que ele dizia devagar, entre suspiros no seu ouvido. Palavras sobre o quanto ela era gostosa, o quanto ele queria possuí-la, o quanto ele queria fazê-la gozar. Sobre o quanto a virilha dele havia começado a doer. “Puta que pariu, agora fisgou”. “Como assim fisgou?”. “Nossa, fisgou, tá repuxando, sabe? Eu mexo e dói muito, vou ter que parar”. “Quer que eu…”. “Não, não se mexe, por favor, tá doendo muito, me deixa…”. “Você tá bem?”. “Ahhhh, meu deus, putaquepariu, tá doendo muito, meu deus”. “Você não tá exagerando, Alberto?”. “Meu deus, queria ver se fosse a sua virilha, caralho, putaquepariu, tá doendo”. “Meu deus, não precisa chorar também”. “Caralho, caralho, continua fisgando. Câimbra, câimbra, câimbra, câimbra”.

#2

Naquele instante ela parecia perfeita. No quarto escuro a pouca luz que vinha da janela iluminava apenas o contorno dos seios pequenos, a maneira lenta como o corpo dela se movimentava, o cabelo dela descendo pelos ombros. Com as duas mãos apoiadas nele ela controlava totalmente a situação, subindo e descendo enquanto ele apenas se segurava para não explodir e prolongar ao máximo aquela sensação. Aproximando o rosto do pescoço dela ele soltou alguns beijos tímidos, gostando do cheiro doce que a pele morena dela exalava no ar mas sem querer interromper o transe em que ela parecia estar enquanto cavalgava o membro viril do parceiro. Quando ela, numa voz que parecia quase um ronronar, disse no ouvido dele que estava quase gozando, ele não hesitou em dizer um “goza, sua gostosa”. Notando que ela havia acelerado o ritmo ele complementou com um “geme, sua gostosa safada”. Notando que ela parecia se animar mais, ele disse “isso, goza pra mim sua cachorra”. Notando que ela se aproximava do orgasmo ele disse “grita o meu nome, sua puta gostosa”. E aí ela parou, disse que tinha se sentido ofendida, eles tiveram uma longa conversa sobre questões de gênero, o clima não ficou legal.

#3

O toque do chantilly era gelado, a língua dele era áspera, mas ainda assim ela achava a sensação muito gostosa. Ele havia começado pela cintura, subindo pela barriga, a língua passeando pelo umbigo dela enquanto recolhia o chantilly, seguindo em direção aos seios dela, que esperavam pelo contato da língua dele, já com os bicos durinhos pela expectativa. Expectativa essa que não pôde ser suprida porque a campainha tocou, era o técnico da NET, eles estavam esperando tinha duas semanas pela instalação do receptor HD, tiveram que mandar o cara entrar, ela se limpou com uma toalha as pressas, ele acabou atendendo a porta com a bermuda do avesso, o cara ficou olhando pra eles de forma suspeita, tinha um tubo de chantilly em cima do sofá. O cara chegou, instalou, saiu, quando eles foram testar não apenas não tava funcionando o HD como eles tinham perdido todos os telecines e aparentemente o instalador tinha roubado o tubo de chantilly deles. A NET é bem foda, acontece direto essas coisas.

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Written by Shoegayzer

Quando eu era mais novo um professor disse que eu escrevia bem. Até hoje estamos lidando com as consequências desse mal-entendido.

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